domingo, outubro 10, 2004

Chove

Vamos ver se somos impermeáveis às chuvas de outono, vamos ver se as esferas que vão de cá para lá também deslizam em piso molhado.

Ai, que chato que me saíste, sempre a esperar coisas de mim...
Não esperes, e não vais desesperar.
Não me ponhas em altares. Atira-me antes para o poços mais fundos, eu arranjo maneira de sair. Mas só se prometeres não me elevar depois, apenas por ter saído.
Deixam-me na minha imperfeição. Gostas de mim assim, admite. Deste meu mundo que te deixa zonzo de tanto girar. Adoras os defeitos, adoras poder ver que erro, erro, erro. Sem parar.
Sim, que eu para errar, não me detenho perante nada. Para acertar é que...enfim. Se queres que eu seja perfeita para me atirares à lama, desengana-te.
Não sou.

Deixa-me, deixa-me.
Não me pegues em braços e mãos, deixa-me solta.
Que chatice, como dizia Pessoa, quereres que eu "seja da companhia". E logo agora que tinha saído dessa aldeola de más companhias.
Acompanha-me à cidade, mas não me agarres, que me sufocas.

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